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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Santos é minha também

Minha mãe é daqui.
Minha avó era quase santista, mas caiçaríssima.
Meu avô materno, o caipira Cheruba de Porto Feliz, Itapetininga e Avaré, a adotou.
Depois de um período na Capital, clinicando em odontologia.
Foi sócio e esteve ao lado do ex Govenador Ademar "rouba mas faz".
Até mostrar que a índole dele era diversa.
Passei n férias aqui.
Ainda tenho intimidade com a cidade devido aos tios, primos, amigos.
E ao Paquito, bondinho, Porto, Bolsa do Café e, mais recentemente, o Mar del Plata.
Mas vai daí que tinha que fazer o exame ergométrico do periódico.
Conselheiro Nébias, 518.
Casas vetustas reformadas, uma tradição da cidade.
Doutores e atendentes que não eram mais santistas por falta de espaço.
Tudo correu a contento apesar de algum atraso.
Então dava a hora do almoço.
Pensei em ir almoçar no "Vista ao Mar", o "Rei da Paella".
Sonhava os velhos filés de pescada à dorée.
Dorê, em bom brasileiro.
Foi o que tive.
Couvert, folhas de alface, mariscos, um chopp.
Mais dois filés de peixe empanados e arroz.
Uma tacinha de licor por conta da casa.
Muitos dedos de prosa.
Com o dono do lugar, o garçom há 40 anos na casa, a senhora solitária ao lado.
E um milhão de lembranças.
O começo do casamento, a mulher e eu mocinhos, os filhos pequenos.
Idas e vindas, férias, trabalhos.
Se eu morresse agora mesmo, ia feliz! 

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