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"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

sábado, 31 de agosto de 2013

Primeiro passo para a reconciliação

Queria prima irmã Grega Bermejas,
Desde então pareço ligado por um umbigo a você. Sua raiva me causa medo, tenho duas bolas de barbante na barriga e na garganta, o peso de um caminhão sobre o coração, não rio, perdi a fome e não durmo direito. O trabalho virou um fardo. Semana ruim.
Espero que a sua tenha sido menos pior (não que a minha, mas que as suas últimas...)
Isso pelo menos teve duas consequências positivas: descobri que não sou sociopata (aquele que não sente remorsos, agora mesmo choro de tristeza) e pensei que a dor que lhe causei podia funcionar como a topada que damos no dedão do pé quando estamos com uma dor lancinante em outro órgão.
Freud talvez me explique, mas não sou psicanalista, menos ainda investigador.
Eu quis inventar uma causa para o fim abrupto dele.
As lacunas fáticas decorrentes da distância, da falta de intimidade e convivência deram no que deram.
Minha vileza extrema e inconsequência fizeram o resto.
O tema era: por quê? Porquê não seguir o caminho altivo de bárbaras marias, de dignos luas, de tantos que enfrentam, mesmo que ranhetas, o naufrágio dos dias com a dignidade de um capitão que não abandona seu barco que afunda?
Sei que a ferida é grave e talvez agora não seja eu o lenitivo.
Mas dentre os medos que tive estiveram seguir à risca o perfil que traçaste de mim e o de repetir a sina desses irmãos.
Por favor, não duvide do meu amor a você, a ele, aos manos e à tia e a todos.
Não confunda o que passei com desdém e pilhéria.
Agora, entre outras motivações, vou me esforçar como só um irmão poderia para te fazer sorrir como naquelas longínquas férias litorâneas...
Aceita meu beijo por hoje!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Pedido de desculpas

S.?
Sua carta me alertou para meus enormes males. Foram as palavras mais duras que li na vida e a culpa foi toda minha. Muito Obrigado!
Mas me deixe explicar. Soube da causa já quase às 8 horas da noite. Vaguei pela cidade fria, só e transtornado. Tentei dormir e foi impossível. Só pensamentos péssimos.
De madrugada postei coisas “normais” no Facebook, recebi solidariedade da prima e de um amigo notívagos. Mais tarde, já sob estresses físicos e psíquicos extremos escrevi as anormalidades que enviaste.
Espero que monstruosidades produzidas por um doente em crise de loucura não impliquem em uma vida de abjeção para mim e os meus.
Sei que talvez eu não mereça mais seu amor nem sua amizade. Mas para evitar o abraço e o beijo falsos, peço humildemente seu perdão, devido ao seu caráter magnânimo e sublime.
Disseminar a desgraça que produzi pode nos arrastar para o opróbrio familiar. Suplico ao menos a benevolência de contê-lo.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Renée

Vidas não se contam...se sonham...tento, apagando meus erros públicos, aplacar a ira dos seus anônimos.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Barbosão é "purinho", mas tem apê em Miami, igual aos pilantras, comprado por pessoa jurídica ninguém sabe porquê...

Joaquim Barbosa volta a dizer que compra de imóvel em Miami foi dentro da lei Presidente do STF chama de ‘politiqueiros’ quem questiona a abertura de empresa para comprar o imóvel Tweet Comentar Enviar Imprimir Carolina Brígido ( Email · Facebook · Twitter ) Publicado: 6/08/13 - 16h17 BRASÍLIA — O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, voltou a dizer nesta terça-feira que não cometeu nenhuma irregularidade ao comprar um apartamento em Miami, nos Estados Unidos, conforme noticiou o jornal “Folha de S. Paulo”. Segundo o jornal, Barbosa adquiriu o imóvel por meio de uma empresa aberta supostamente para pagar menos impostos. — Eu comprei com o meu dinheiro, tirei da minha conta bancária, enviei pelos meios legais. Não tenho contas a prestar a esses politiqueiros — afirmou o ministro. Barbosa recomendou que os preocupados com as finanças dele fiscalizem os desvios de dinheiro público ocorridos no país. — Aqueles que estão preocupados com as minhas opções de investimento feitas com os meus vencimentos, com os meus ganhos legais e regulares, deveriam estar preocupados com questões muito mais graves que ocorrem no país, especialmente com os assaltos ao patrimônio público, que ocorrem com muita frequência. Essa deveria ser a preocupação principal, e não tentar atacar aqueles que agem corretamente, que nada devem. Enfim, um cidadão correto. Quanto a essas pessoas que vivem a me atacar, eu digo isso: quem não deve não teme — declarou. Associações de magistrados anunciaram a intenção de questionar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) se os juízes podem comprar imóvel por meio de empresa. Barbosa criticou a ideia: — Isso é politicagem. O CNJ não cuida dessas matérias. Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/joaquim-barbosa-volta-dizer-que-compra-de-imovel-em-miami-foi-dentro-da-lei-9379332#ixzz2bDkHzP00 © 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Obras de Lula e Dilma: índice de Gini e IDHM

De 2000 a 2010 aconteceu algo inédito no Brasil: em 80% dos municípios, a desigualdade de renda entre seus habitantes diminuiu. O fato é ainda mais relevante porque reverteu uma tendência histórica. Na década anterior, a desigualdade medida pelo índice de Gini aumentara em 58% das cidades brasileiras.
Já o número de cidades brasileiras com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alto saltou de nenhuma em 1991 para 1.889 em 2010, o equivalente a 33,9% de municípios do país, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira pelo governo.
Esse progresso permitiu que o Índice de Desenvolvimento Humano das cidades brasileiras subisse da classificação "muito baixo" para "alto", indica o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013.

domingo, 4 de agosto de 2013

Luiza Erundina e eu

Fui ao Frei Caneca para ver "Na quadrada das águas perdidas".
Não fiquei muito no café para dar vez a quem fosse consumir mais que eu, que tinha tomado um cafezinho.
Fui num espaço com bancos, todos ocupados, e umas mesas e cadeiras.
Vi duas "moças" numa mesa com duas cadeiras vagas, me aproximei e pedi vênia.
Reconheci entre ambas a Erundina!
Sim, Luiza Erundina de Sousa, paraibana de Uiraúna, ex militante das Ligas Camponesas de Sapé, mais uma "cabra marcada para morrer" que soube se safar da morte, que chegou em Sampa em 71 e foi trabalhar no antigo INPS como Assistente Social até se tornar a primeira prefeita dessa metrópole entre 1989 e 1992.
A simpatia dela foi do tamanho da minha empatia.
Falamos como velhos companheiros sobre o mandato de Deputada Federal dela (que milita na Comissão da Reforma Política) e eu a elogiei por ter tido a hombridade de recusar o cargo de Vice Prefeita do Haddad (no episódio da foto com o Maluf ela achou ruim a forma como as coisas foram feitas).
Comentei sobre o PSB em Marília (terra de "Canalinha") e sobre o irmão do José Dias Tóffoli, nosso ex-prefeito Ticiano.
Ela me disse que, em sua opinião, Lula volta em 2018, "se conseguir se preservar e levar o PT um pouco mais à esquerda".
Com quase 80 ela tem a pele lisinha e os olhos azuis muito lindos, irradia uma aura de fibra, vibrante e confiantemente fantástica. Galega afrancesada de luz dos Evangelistas e Sousas...
Ela ia ver "Hanna Arendt". Tasquei-lhe um beijo como se fosse minha amiga de sempre. Viva essa mulher coragem e farol!
Resumindo a conversa com uma frase que ela construiu entre outros argumentos: "Otimismo e pessimismo contagiam o entorno. Mas o pessimismo é conservador e só o otimismo é revolucionário"!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Bel Linha

Porque o chaveiro da cidade recebera o apelido de um aparelho setentista que massageava vigorosamente as gorduras da cintura eu não sabia.
Mas sabia que era filho do antigo dono da “Casa Verde”, casa de comércio importante nos primórdios de Marília. Ele encontrara entre suas heranças do finado pai duas ou três lindas latas de pólvora de caça. Parou a caminhonete na rua central, perto de seu comércio.
Chamou um vizinho amigo. Mostrou as latas, as tampas emperradas pela ferrugem e o tempo.
O amigo teve a ideia de abrir a maior com uma lâmina de foice ou algo do tipo.
A fricção provocou a ignição. Testemunhas relatam que era pólvora “chumbinho”, pareceu que eles eram engolfados por um show de fogos de artifício. As partículas em brasa a lhes furar as carnes sem parar de queimar nos ocos onde se alojavam.
Morreram ambos depois de uns dez dias na UTI de queimados

Moacir

O arquiteto viúvo e aposentado já tinha passado dos 80.
Os filhos dispersos pela cidade e pelo estado.
Tinha uma empregada de dia e uma acompanhante noturna.
Essa já tinha saído e aquela chegado, uma manhã normal, a ser passada entre a cozinha, a sala, o escritório e o quarto. Ele já não passeava mais.
Mas tudo mudou, dois assaltantes violentos e encapuzados irrompem pela cozinha, rendem a empregada e vão a ele exigir dinheiro e outros bens de valor.
Ele cumpre as ordens, morrendo de medo.
Em algum momento ele parece reconhecer a voz de um deles. Sim, era um pedreiro ou jardineiro que já lhe servira.
Por que foi falar?
Dois tiros à queima roupa na calva foi seu fim.