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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Dona Canô morre aos 105 anos

Caetano e Betânia, ícones em si e desprezíveis no que tem de pior, não deram declarações, mas devem estar curtindo um luto doloroso, no qual me solidarizo. Junto-me na distância à família, ao Recôncavo, à Bahia e a um sentimento de brasilidade que ela portava, um estandarte de mulher, mãe e cidadã. A Claudionor já tinha virado uma vó de todos nós, com seus “panos prá lavar” e “lendo um romance”. “Mamãe, mamãe, não chore”!

E como diria o Guinga (em “Fox e Trote”),

Estranha ligação, tão descabida!
Que coisa sem razão e sem medida!
Igual a jazz ou atonais
Sons de Debussy
Como orações pentecostais
Louvando Zumbi
Municipal, um recital e eu de calça Lee
Foi como um trio elétrico descendo o Pelô
desrespeitando Dona Canô

desrespeitá-la seria um absurdo...
Curto então mais essa orfandade, sem nunca ter sorvido o leite daquela teta nem ter bebido o café da hospitalidade de sua sala ou quintal de Santo Amaro da Purificação.

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