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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Português Pilantra

Me desce de chofre o gajo de um Celta abarrotado, depois vi. Lá, "naquele cafundó"...
Era um tipo forte e bem trajado, jovem e com a calva em progresso, com "cabelo de boneca", aquele que se vê o couro branco entre os fios esparsos. Parecia meu irmão mais novo.
Já veio dizendo em forte sotaque da terrinha que era gente de paz e foi mostrando passaporte e carteirinha de feirante na "metrópole", nascido que era em Santarém e morador da Almada. Isaías da Anunciação ou algo que o valesse...
Jurava possuir os mais "belos artigos de couro"...que vinham a ser umas contrafacções horrendas.
Ele insistia em valorizá-las com um showzinho que incluía passar sobre o "couro" o fogo de um isqueirinho. Dizia, ridiculamente, que tinha que ser rápido, "- Pois, meu Deus, até o ferro derrete!"...
Falou ainda que o lucro já fizera, agora era só liquidar o que restava.
As peças (umas jaquetonas feiosas, a maioria masculinas, de um "courvin" modernoso e esquisito, algum material chinês ou sei lá de que procedência, mas que ele jurava serem de couro e que seguiam modelos de Giorgio Armani e sei lá mais qual maraca famosa) de mil e tantos reais ele fazia com 80% de desconto, a duzentos e poucos!
Já queria me vender logo três ou quatro, com "descontos" ainda maiores.
Contou que estavam, conterrâneos, um grupo de meia dúzia, e só de aluguel de carro iam pagar dezenas de milhares de reais.
Puta, a se tomar por esse, deve ter muitos mascates portugueses e pilantras fazendo-se de "sacoleiros" pelo interior do Brasil...

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