Leitores
A eleição tá chegando.
O voto é sagrado e secreto.
Mas minha boca é grande e quer falar, convencer os outros.
Dizem que esta foi a campanha mais fria dos últimos anos.
Poucos cabos eleitorais, mais internet e tevê. Tempos modernos.
Mas o Lula sempre despertou paixões e ódios.
Assim como o Maluf, o Quércia, o Montoro, o Alckmin e o Serra.
E a Dilma.
Diferente dos argentinos, preferimos calar a falar.
Ficamos meio truncados.
Todo mundo sabe o que eu penso.
Mas deixo o perdedor lamber a ferida.
Aqui em São Paulo, tenho quase certeza que vou "perder".
(Difícil tirar do Alckmin aqui).
E queria ter mais convicção sobre o Deputado Estadual em quem vou votar (Ticiano Tóffoli, 13.790; é voto "regional", gente de Marília. Anote-se que fiquei puto com o voto de ontem do irmão mais famoso dele, do Supremo, contra a aplicação imediata da Ficha Limpa, contra o Roriz e quejandos).
E prá Federal é Paulo Teixeira, 1398. Mercadante e Marta.
Também vou votar no Netinho de Paula. Ele deu uma pemba na esposa uma vez sim, ele faltou prá caramba na câmara de vereadores de São Paulo (diz o seu Aluysio na sua propaganda) e deu um soco no Vesgo do Pânico, mas e daí?
Não me parece um bandido, apenas que teve uns descontroles (o da tevê foi justificável na tensão de uma estréia), se diz hoje um feminista... gosto dele, principalmente por ser negro e do bem, além de estar num Partido Comunista (PC do B) que tem nos apoiado, digo o PT, muito. E os Comunistas são bem preparados como legisladores.
Cresci na ditadura. Meu tio Edoardo, oficial do Exército, janista, nuns tempos de SNI e OBAN, "rancou unha de moleque comunista, sim!". Meu pai era meio troglodita, também torturou um pouco à moda dele. Passou.
Quando fui votar à primeira vez (em 1982, ainda sem eleição direta prá presidente o Lula ficou em 4o lugar prá governador de São Paulo, perdendo pro Montoro, Maluf e Jânio, prá vocês verem como tem tudo foram flores nesse caminho) passei no mesmo ano da Arena, pro MDB de Severo Gomes e Ulisses, e já no fim daquele ano, recém entrado na USP, conheci melhor o Lula e virei PT.
Coisas de rito de passagem, maioridade de menino do interior direitista...
Só deixei de votar neles uma vez (na Heloísa Helena do PSOL em 2006, no primeiro turno contra o Alckmin). Votei no Ivan Valente e no Gianazzi, não sei que foi o Senador, nem se votei no Suplicy então.
Bem. Já votei em "condenados" como "mensaleiro" (o Genoíno, um cara porreta que trabalha legal e de quem gosto) já apoiei muito o Zé Dirceu (que me caiu em desgraça justamente com seu centralismo, mas isso daria pano prá manga discutir).
E aqui estou. Passei a vida inteira dissimulando meu petismo, porque sempre trabalhei em múlti, vocês sabem. Pegava mal ser petista e eu corria risco de perder o emprego. Só me "abria" politicamente com amigos e em meios distantes do trabalho.
Sempre engoli em seco os chefes metendo a boca nos petistas, me tirando por mais um malufista (depois que o PSDB veio a ser a opção "politicamente correta" das elites brancas e de direita, papel que encarna meio a contragosto e enviesadamente).
Sofri prá caralho por esse tipo de repressão branca dos "ricos" e "poderosos" e geralmente "velhos" e "caretas", contra as idéias jovens, livres. Esqueci de listar que no Brasil, essas "elites" são "racistas", mesmo que seus elementos sejam eventualmente mestiços.
Nos tempos de facul e mesmo depois, eu ia votar e saía na rua em Marília com uma sacola e mil santinhos e ia conversar com o povão da periferia de Marília, tentar falar que trabalhador devia votar em trabalhador e etc, e ninguém entendia nada, e quando entendiam geralmente era com rancor, pois tinham ouvido falar um monte de coisas absurdas (divisão de casas de família "a la cubana", confiscos e expropriações violentas, etc). Nada disso aconteceu, é óbvio.
O PT envelheceu, fez já 35 anos.
Mais que um jovem incendiário, é um bom gerente dessa nação.
E tenho dito.
PT saudações.
Serristas e Marinistas: respeito tanto uns quanto outros.
Não as cúpulas partidárias em si e suas escolhas, mas as idéias que seus militantes propalam, de transparência e efiência uns e de intransigência ambiental outros.
Eu quero mais é que todos sejam cidadãos e vivamos em paz!
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