Belas Artes vai receber R$ 2 milhões e reabrir em maio.
Investimento da Caixa Econômica Federal possibilita reforma do cinema fechado desde 2011.
O Belas Artes agora passa a se chamar oficialmente Cine Caixa Belas Artes e receberá, de aporte e investimento direto, R$ 2 milhões (pelos próximos cinco anos) da Caixa Econômica Federal e do Grupo Caixa Seguros. A parceria foi selada nesta terça-feira em cerimônia da qual participaram o prefeito Fernando Haddad, o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, o secretário estadual da Cultura, Marcelo Araujo, o diretor executivo do Museu da Imagem e do Som, proprietário e programador do Cine Belas Artes, André Sturm, entre outros. Na ocasião, eles assinaram o acordo que viabiliza a reabertura do cinema, prevista para maio. Responsável pela reforma do prédio fechado desde 2011 e tombado pelo Condephaat em 2012, o arquiteto Roberto Loeb disse que as obras vão ter início já nesta quarta.
“Não tenho adjetivos. É uma grande vitória de todos. No começo de sua gestão, o prefeito disse que tinha três prioridades e uma delas era o Belas Artes. Três dias depois, o Juca Ferreira me procurou. Foi incrível”, declarou Sturm.
“Isso é obra de uma prefeitura que quer humanizar a cidade, que tem o compromisso de tocar uma obra complexa e coletiva. É importante reconhecer quando o poder público funciona. A rua não é suficiente para se recuperar o passivo social da cidade. Temos de ter ações como esta”, declarou Ferreira.
“Pense que não é só a cidade de São Paulo que ganha com esta ação, mas a Caixa também. Ter o nome associado a um símbolo da cidade é muito bom para qualquer investidor, sem contar que a cidade inteira ficará eternamente grata”, afirmou Haddad, que ressaltou que este é um acordo em que, nesta parceria entre patrocinador, proprietário (Flávio Maluf, dono do imóvel), exibidor (Sturm), a Prefeitura agiu para o estabelecimento de contrapartidas que assegurassem que o acesso ao cinema fosse ampliado.
“É uma questão de política pública, de exibição que amplie a diversidade e a presença do cinema nacional. O cinema de rua é um bem cultural, que a população pediu por meio de mais de 90 mil adesões e 30 mil assinaturas, de demanda pela valorização urbanística da região, que já é um corredor cultural importantíssimo e cujo papel vai ser reforçado ao longo dos anos e das futuras ações”, completou o secretário municipal de Cultura.
Como contrapartida para o público, o preço dos ingressos do novo Belas Artes será de cerca de 20% mais barato que o dos outros cinemas da região, assim como os dos produtos da bonbonnière, 10% mais baratos. Além disso, todos os trabalhadores terão meia-entrada às segundas e a programação pretende ser a mais variada possível, com atenção especial à produção nacional.
“A SP Cine terá uma sala no Belas Artes, que será dedicada ao cinema paulista e, claro, brasileiro", anunciou o prefeito. "O ciclo todo da SP Cine dependia do Belas Artes. Governo do Estado e a Ancine vão ser sócios da SP Cine. Isso faz parte da nossa política de Estado. Não basta estimular a produção, mas é preciso que toda a cadeia seja dominada”, completou Haddad, que aproveitou ainda para anunciar que em breve os CEUs, que também integram o circuito da SP Cine, voltarão a ser administrados de acordo com o tríplice pilar: educação, esportes e cultura.
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