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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Andalucia

Al Andalous, terra dos vândalos, em árabe. O Marrocos é "isolado", está bloqueado na África, não "conversa" com a Argélia por rivalidades e a Mauritânia e o Mali tem o deserto a lhe dificultar...
Então, para os feriados do fim do Ramadan, fomos a Tânger (450 km ao norte de El Jadida) e daí um ferry (horas de espera, filas marroquinas com propinas para by passar-nos...) chegando em Tarifa, as belas autopistas da REd de Carreteras de Andalucia: 3 dias em Sevilha, 1 dia em Granada... anestesia para as marroquinagens que `as vezes nos enchem tanto o saco!
O sheik árabe que se instalou no Marrocos lá pelos anos 700, logo no fim da vertiginosa campanha que varreu a Arábia e o norte da África, e conseguiu subjugar os bérberes, mandou Tárik, um de seus comandantes, com 7000 bérberes (em quem eles não depositavam interia confiança) para o estreito (que então eram as colunas de Hércules e depois ganhou o nome do próprio Tarik, Jbel el Tarik, Gibraltar...).
Isso para dizer que a conquista árabe, a reconsquista cristã e tdos esses séculos não foram "simples": intrigas, vassalias e suseranias, sedições, alinças aqui e ali, desfeitas,´imposições, até termos o esplendor do Califado de Córdova (maior cidade da Europa nos séculos XI e XII, terra de Omar Khayan, Ibn Gabirol, Verroes, In Sina (Avicena) e Ibn Maimon (Maimônides) e depois a lenta derrocada do Reino de Granada já para os "Reyes Catolicos" Fernando e Isabel, na pulsilanimidade sensível de Abu Abdel Alah (nosso "Bobadilha", que conseguiu o trono pelas artes de sua mãe, contra o filho da concunbina cristã de seu pai; mesma mãe que lhe mandou enxugar as lágrimas pelo abandono do Al Hambra, o palácio vermelho e os jardins do Generalife na colina de Sabika ao lado do Albaycín, quando desciam de Granada para Motril para pegar o barco para o Marrocos após se render e entregar as chaves de Granada aos reis católicos dizendo: "Não chore como mulher o que não soubeste defender como homem!").
Ah, entendo bem as contradições dos homens sensíveis frente às agruras do poder e da condução de um reino!

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