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domingo, 11 de outubro de 2020

No dia que a tia Cota se foi, um textinho sobre o irmão mais velho dela.

 Cerqueira César, o pracinha de Marília

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

"O povo de Marília" agradece, ao menos no monumento no centro de sua praça, ao coronel Edoardo Cerqueira César, "o pracinha".
Que nasceu em Mineiros de Goiás (GO), filho de "agricultores sem fazenda" que chegaram a Marília no fim dos anos 1920, "quando era ainda um sertão de onças".
Ele quis seguir a carreira militar e foi estudar no Rio. Virou aspirante em 1943 e foi para a zona conflagrada de Natal (RN). Voluntário, chegou ao front em 1944.
Dizia que não matara ninguém. Mas lembrava do barulho seco de milhares de botas inimigas, aproximando-se do pelotão de 36 pracinhas em Livorno, na Itália, quando foram surpreendidos pela bandeira branca, sinalizando a rendição da divisão alemã.
De volta ao Brasil, seguiu a vida militar e reformou-se como coronel. E virou fazendeiro. Com a bonificação dada pelo governo, comprou um sítio, que nos anos 1980 encheu de búfalos de Marajó.
O tempo da velhice, preenchia com leituras de história. Da guerra trouxe um símbolo do fascismo arrancado de um prisioneiro, e a bússola e o binóculo usados em combate; que os filhos perderam. Intacto, só o Monumento ao Expedicionário Brasileiro, ainda hoje no centro da principal praça de Marília. Um a um, o viúvo levou os oito filhos e 18 netos para vê-lo.
Foi internado por uma pneumonia e morreu no dia 11, aos 90 anos, do coração.

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