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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Refundar o PT ou trocar de partido?

Amigos já foram para o PSOL há tempos. Não os condeno integralmente.
Não iria para qualquer coisa que aí está, da Rede da Marina, do PSB do Beto Albuquerque, ao PMDB (que, herdeiro do MDB ainda tem gente boa, mas poucos). Nem ao PDT agora "do Ciro", anteriormente do Brizola, que foi um aliado por vezes importante, um desafeto com quem podíamos brigar sem ter medo da morte.
O PSDB virou um saco de gatos, nem no tempo do Covas, do Montoro e do FH mais jovem ele valeu algo que prestasse.
Mas admitamos que ser chamado de petralha, alguém com o meu currículo, é desconfortável.
Já viveram isto os velhos comunas, com o "petebo-comunismo".
Houve falhas graves na gestão da democracia interna e da questão ética no partido. Partido dos Trabalhadores era melhor quando os comitês de fábrica e de faculdades davam o tom que hoje falta. José Dirceu e seu stalinismo foram mortais, ou quase incapacitantes.
Houve um Mensalão. Marcos Valério, gestado por Eduardo Azeredo, serviu como uma luva à compra de apoios no Congresso. Deu no que deu, mas Lula era safo o bastante.
Depois houve, sobretudo, um aparelhamento nocivo da Petrobrás que não vai parar de sangrar tão cedo.
Houve uma esperança que venceu o medo e um medo que venceu a esperança.
Houve, e há, um ódio de classes que voltou novinho em folha.
E aqui estamos, mirando os que estão ali.
É o fim de um ciclo, de uma era.
O sonho a gente não deixa de sonhar.
A gente atualiza as utopias e renova as fés na política, no social, no humano.
Eu sou limpo até onde sei.
Os poucos vícios e defeitos que escamoteio não me fazem "metralha".
Sei que muitos que se jactam são verdadeiros quadrilheiros.
Mas não nasci colado ao PT.
Aliás, nasci colado na Arena, por questões familiares.
Passei uns mesezinhos namorando um peemedebista, o tal Severo Gomes. Depois votei em Lula, Zé Dirceu, Florestan, tantos que me alegraram ou nem tanto. Hoje sou Haddad e Paulo Teixeira. Apoio Dilma, para mim uma "trapalhona", denodada e voluntariosa. Mas digna.
Mas tudo isso é velho de 3 décadas, quase quatro. No mínimo do fim do ano passado.
Eu sou "independente" no sentido pleno do termo. Fatos novos me causam novas teses, antíteses e sínteses. Dialeticamente.
Se sempre fui um homem de partido, continuarei tomando-o.
Mas não preciso ficar preso a uma casca velha, como um caranguejo maior para quem a carapaça não mais serve. Tolhe os movimentos. Tão pouco vou dar uma de Marta, sair atirando. Não me cai bem.
Ou o PT muda, para eu mudar certo com ele, ou mudo eu de partido.
Vamos ver.
"Faça como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro toca o barco devagar".
Sem afobação, sem preconceito.
Apenas os olhos e orelhas bem abertos.
Não seguir as manadas de lá prá cá nem daqui prá lá.
Tempos confusos requerem decisões claras. E às vezes a prudência é amiga da sabedoria e a pressa inimiga do tempo certo.
Decisões eu vou toma-las a seus tempos!
 

2 comentários:

blogaudiovintage disse...

Gostei do seu post. Bem lúcido, ponderado e que não fecha a porta para outras alternativas. Boa sorte em sua vereda, em sua nova jornada, caso ela venha a acontecer. Se não, boa sorte do mesmo modo. De qualquer forma, reflexões são sempre bem-vindas e importantes. Grande abraço e ótima semana. Do sempre amigo Clóvis.

Roberto Cerqueira disse...

Clóvis, é como eu digo: sei dos meus defeitos e eles não incluem os que "a massa" me imputa nesse momento. Vou ver o que vai acontecer. Nem filiado (o que já fui) sou. Portanto não sou "militante", sou "palpiteiro". Mas fui e serei "homem de partido". Ainda sou PT! Abração, amigo!