Postagem em destaque

"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

sexta-feira, 22 de março de 2013

Minhas cidades

Marília, pois nasci e cresci ali
Santos, avós, tios e primos da infância
São Paulo, a Poli
Campinas, a Unicamp, Cambuí,
Barão Geraldo, Souzas e o Gramado
Jundiaí, irmã, mãe e tia
Cajati, onde fiz a vida
São Paulo antes e agora
Suzano e seis meses lá
Uberaba, a chefia

E Cubatão: dias de semana
Torres e fogos da Refinaria
Dutos de água e oleodutos
Energia, subestações e linhas de alta tensão
Engenharia Química:
Petrocoque, Estireno, Polietileno
Soda, gases líquidos do ar
E os meus Fertilizantes!

Anchieta

José Jesuíta
Como o Papa Francisco
Conheço tua casa, teu seminário e tua estátua
Em La Laguna
Lá em Tenerife, nas Ilhas Canárias

Já estive perto da tua cidade
(A que leva teu nome)
No Espírito Santo
E já fui na tua cama
Em Itanhaém

As conheço,
Mas conheço, sobretudo,
Conheço tua estrada
Encarapitada na muralha
Entre a borda do campo
E o Cubatão!

Agúdos e circunfléxôs

Entérro entêrro
Pilóto piloto
Pélo pêlo

Pórto pôrto
Dê cima décima
Centésima sem ter rima
Viés vêz

Concluo
É quê o vivê qué sê agudo
Intuo
É que o morrê deve sê c~ircûmfléxô!

Xandico

Penso escritório reformado, o Guillermo
E o outro moço
Trabalhando
Recebendo clientes!

Imagino o salão, sua casa
Sua cama, lá em cima
Desejo que estejas bem
Saudável e feliz!

Sonho um dia
Ter vinte dias
(Já que os vinte anos não mais)
Para gastar despreocupado
Ali

Avião no céu

Azul imenso
Com marca de uma cruzinha
E à esquerda, ao Leste
Nuvens poucas, pintadas de rosa e laranja
Esgarçadas
Frente ao sol ainda baixo

Gente que vem
Prá Sampa
Gente que vai
Prá sempre?

“A plataforma” desses Congonhas e cumbicas
“É a Vida”!

Parques das Fontes

Antes de se abrir
A vastidão urbana do ABCD
Tem uma mata de um parque
Mais vasto e selvagem
Que o Ibirapuera

Pulmãzinho resistente
Antes das Mercedes Benz
Entre fumaças e poeiras

A lembrar como são feias
As apertadas ruas pobres e as favelas.

Conceição

“Eu me lembro muito bem!”
Da esquina da Matriz do Itaú
Nas primeiras luzes
Da descida prá Imigrantes

Tuas casas
Classes médias
Tuas árvores
No fim da Bandeirantes

Japoneses perto dos pais
Todas raças, outras gentes
Ainda pouco informadas
Mas todas inteligentes!

Astral de sexta-feira

Sexta cedo
Cesta cheia
De alegria

Depois de um tapa da vida:
Acorda!
Sem sexo, vai punheta!
(Duro acordá-la pras coisas!)

Echer o tanque
De álcool!
Sair prá aurora
Casual!

quinta-feira, 21 de março de 2013

Eu

Não marujo
Sou do seco
Não voejo
Sou do chão

Não rio
Terro

Alegria

Carná na vila Madá, mulher apaixonada e gostosa, filho rindo feliz
Vida indo
Passarinho chapinhando pós chuva
Dilma Governando pós tudo
Prato bom, globo rural e jornal
Cinema, música, um dom

Sol e calor, frio de exalar fumacinha
Conhecimento, desafio
Saúde, suor, paisagens e gente legal

Se não fosse isso tudo de bom
À vida não teríamos amor
Apego e obsessão!

Chorão

Mais valia cheirar até morrer
Ou fazer guerra
“Se não é eu que vai fazer você feliz”!

Ser desregrado, terminar paranóico
Carregar na química
Pro coração parar antes de bater?

Ou melhor entregar obediente
A mais valia vacum quotidiana?

Entre excessos e comedimentos minha alma oscila.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Piada pronta: o Papa é argentino

Descobrimos novo esporte para disputar com os hermanos: eleição de papa!
Um a zero pros vizinhos!
Agora, prá gáudio dos anticatólicos, o Vaticano afunda de vez!
Primeira medida: trocar as hóstias por alfajor Havana; segunda: mudar o Santo Sepulcro prá Buenos Aires!
Bergoglio pensou em se chamar Diego Armando I ou Lionel I.
Mas se contentou com Francisco I.
Depois do Bento, vem o Chico.
Que o próximo seja o Chico Bento!

terça-feira, 5 de março de 2013

Civilidade boluda

Quase dez da noite e não havia ninguém na fila do caixa rápido do Empório São Paulo.
Com uns 15 volumes, decidi ir por ali.
Eis que cola atrás de mim uma argentina morocha, de lindos olhos verdes, que fulmina:
- Tienes más que diez!
O caixa me acudiu:
- A compra dele é pequena, não vale a pena brigar!
Mas ela, intransigente, se fez mais fria e rígida, clamando em voz alta pela inflexibilidade da regra.
Chamou-me desrespeitoso. Fiquei sem vontade de argumentar contra a sua arrogância, peguei minha cestinha e fui para uma fila de caixa “normal”.
Depois me deu vontade de ter ficado na fila para, selecionando só 10 produtos, no último segundo passar o décimo primeiro, só para mostrar que ela não mandava em mim e no caixa!

Quarenta e nove

Arroubos juvenis se esvaem
Paixões abrandam
No segundo tempo
Da vida!

Lembranças infantis se esgarçam
Sonhos imaturos se esfumaçam
Olhos embaçam
Pernas claudicam!

Que sabedoria recolho?
Que amores decanto?
Que fortuna amealho?

Se não canto, falo!
Sangue me corre ainda.
Vida, cedo ou tarde, finda!
E aí, resignado, calo!

Câncer da mama

Mãe!
Não há de ser “nada”
Agora
Esse carcinoma na ponta do seu nariz!

Assim como foi “feliz”
Há décadas
A conização do colo do seu útero

Mãe!
Preciso ainda de você
Quase como quando eu era bebê!

Mãe!
Já velhote
Quero colo, quero leite!
Quero o ninho do filhote!