Preto ou pobre
Crente ou corintiano
Paulista ou mineiro
Paranaense ou goiano
Gaúcho ou parisiense
Carioca ou baiano
Comunista ou judeu
Bicha ou mussulmano
Se salva um
Por engano
Diário Esporádico: escrito por ROBERTO CORRÊA DE CERQUEIRA CÉSAR, um engenheiro escritor, taurino, pai de dois meninos (por quanto tempo ainda?), com cabelo embranquecendo e caindo, ficando cada dia mais cego!
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"Concreto"
Pedra, barro, massa Mão, calo, amassa! Levanta parede No ar D a hora Que se levante! Mora dentro F ora Vi...
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
sábado, 21 de novembro de 2009
Tietáicas águas
Porque um filete de água de Salesópolis vai parar em Buenos Aires, 4.500 km depois, sendo que a Praia de Boiçucanga em Bertioga a levaria ao mar há só míseros 25 ou 30 km em linha reta, é mistério geográfico que só Deus dobrando terrenos caprichosamente pelas eras geológicas pode contar como se faz!
Em outras palavras, mal entendo que capricho tem essa Bacia do Prata de vir "comer terra" do meio do Continente Sul Americano e se meter aqui nessas plagas que por "direito" (resta saber quem legisla) são de Paraíbas do Sul, Ribeiras, Itanhaéns e Velhos Chicos, Meios Nortes, Amazônias...
"O" Rio dos Paulista, assim contra a natureza, bandeirante mal caído da nau portuguesa e se embrenhando em busca de metais, vai de costas pro mar, caipira renitente, subiu a Serra do Mar para voltar a ele depois de velho e cansado.
Salesópolis, Biritiba-Mirim, Santa Isabel, Guararema, Arujá, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, cada um, principalmente depois de Mogi das Cruzes, pregando um prego na cruz da pobreza, do desmatamento ciliar, do aterramento de várzeas (que seriam, de outra forma, um pantanal metropolitano!), da feiúra pobre de tijolos a vista, escancarada pobreza, esperança infinda de melhoria e beleza.
Aí já estamos na Capital, fedido e mal tratado, sofrido e sujo, sem oxigênio nem peixes. E depois é tentar suportar Osasco e Barueri, Santa de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus, Cabreúva, Salto e Porto Feliz, Tietê, Laranjal Paulista, Anhembi, Igaraçu do Tietê e Barra Bonita, Macatuba, Pederneiras, Itapuí, Bariri, Arealva, Itaju, Iacanga, Uru e Pongaí, Ibitinga, Sabino, Sales e Adolfo, Barbosa, Brejo Alegre e Buritama, Santo Antonio do Aracanguá, Sud Menuci, Terceira Aliança e Pereira Barreto e batendo lá na Ilha Solteira.
Depois já é uma mistura de águas com raízes mineiras e goianas, que vem descendo do Grande, do Parnaíba e de tantos outros, já juntados no que chamamos Paranazão, tal a dimensão dessas águas a nos separar do Mato Grosso do Sul.
Depois é descer a rasgar o que falta de Paranás, Paraguais, Santa Catarinas e Pampas gaúchos (os afluentes bem certo), Entre Rios, Corrientes e outras províncias argentinas para se espraiar no Tigre tingir Colônia do Sacramento (que já foi terra portuguesa) e Buenos Aires (essa sempre espanhola) com seu barro de terra vermelha que pegou aqui perto de casa, num canavial que daqui há pouco vai adoçar meu café.
Mas isso já são outras histórias...
Em outras palavras, mal entendo que capricho tem essa Bacia do Prata de vir "comer terra" do meio do Continente Sul Americano e se meter aqui nessas plagas que por "direito" (resta saber quem legisla) são de Paraíbas do Sul, Ribeiras, Itanhaéns e Velhos Chicos, Meios Nortes, Amazônias...
"O" Rio dos Paulista, assim contra a natureza, bandeirante mal caído da nau portuguesa e se embrenhando em busca de metais, vai de costas pro mar, caipira renitente, subiu a Serra do Mar para voltar a ele depois de velho e cansado.
Salesópolis, Biritiba-Mirim, Santa Isabel, Guararema, Arujá, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, cada um, principalmente depois de Mogi das Cruzes, pregando um prego na cruz da pobreza, do desmatamento ciliar, do aterramento de várzeas (que seriam, de outra forma, um pantanal metropolitano!), da feiúra pobre de tijolos a vista, escancarada pobreza, esperança infinda de melhoria e beleza.
Aí já estamos na Capital, fedido e mal tratado, sofrido e sujo, sem oxigênio nem peixes. E depois é tentar suportar Osasco e Barueri, Santa de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus, Cabreúva, Salto e Porto Feliz, Tietê, Laranjal Paulista, Anhembi, Igaraçu do Tietê e Barra Bonita, Macatuba, Pederneiras, Itapuí, Bariri, Arealva, Itaju, Iacanga, Uru e Pongaí, Ibitinga, Sabino, Sales e Adolfo, Barbosa, Brejo Alegre e Buritama, Santo Antonio do Aracanguá, Sud Menuci, Terceira Aliança e Pereira Barreto e batendo lá na Ilha Solteira.
Depois já é uma mistura de águas com raízes mineiras e goianas, que vem descendo do Grande, do Parnaíba e de tantos outros, já juntados no que chamamos Paranazão, tal a dimensão dessas águas a nos separar do Mato Grosso do Sul.
Depois é descer a rasgar o que falta de Paranás, Paraguais, Santa Catarinas e Pampas gaúchos (os afluentes bem certo), Entre Rios, Corrientes e outras províncias argentinas para se espraiar no Tigre tingir Colônia do Sacramento (que já foi terra portuguesa) e Buenos Aires (essa sempre espanhola) com seu barro de terra vermelha que pegou aqui perto de casa, num canavial que daqui há pouco vai adoçar meu café.
Mas isso já são outras histórias...
Zona Leste, Suzano, a ida
Saio de casa cedinho e deixo esse canto de Chácara Itaim, ao lado do classudo Jardim Europa, a Nove de Julho a nos separar, mais fisicamente que em espírito (sim, tenho um espírito de burguês nobre também!). Atravesso "meu bairro", Cerqueira César, depois a Bela Vista, o Anhagabaú, a Sé, Santa Ifigênia e a Luz, a Ponte Pequena, o Bom Retiro, o Pari, a Ponte Grande, o Catumbi, o Belém, o Piqueri e o Parque São Jorge (vou vestido com as roupas e as armas de Jorge!), entre o Tatuapé e a Vila Maria.
Aí começa uma vertigem de Penha, Cangaíba, Ermelino Matarazzo, Vila Jacuí, São Miguel Paulista, Vila Curuçá, Jardim Helena e Itaim Paulista. Como estou no vale do Tietê, nas encostas vê-se ao longe Carrão, Vila Matilde, Cidade Líder, Ponte Rasa, Artur Alvim, Itaquera, José Bonifácio, Lageado, Guaianases, Cidade Tiradentes, essas escondendo ou deixando ver pedaços da Água Rasa, Vila Formosa, Aricanduva, Sapopemba, São Mateus, São Rafael e Iguatemi.
Depois desvio de Guarulhos e Arujá, passo ao largo de Feraz de Vasconcelos, cruzo Itaquaquecetuba e Poá e chego na "minha" Suzano.
Você precisa de uma fábrica numa cidade para chamar de sua, mesmo que seja Suzano!
Aí começa uma vertigem de Penha, Cangaíba, Ermelino Matarazzo, Vila Jacuí, São Miguel Paulista, Vila Curuçá, Jardim Helena e Itaim Paulista. Como estou no vale do Tietê, nas encostas vê-se ao longe Carrão, Vila Matilde, Cidade Líder, Ponte Rasa, Artur Alvim, Itaquera, José Bonifácio, Lageado, Guaianases, Cidade Tiradentes, essas escondendo ou deixando ver pedaços da Água Rasa, Vila Formosa, Aricanduva, Sapopemba, São Mateus, São Rafael e Iguatemi.
Depois desvio de Guarulhos e Arujá, passo ao largo de Feraz de Vasconcelos, cruzo Itaquaquecetuba e Poá e chego na "minha" Suzano.
Você precisa de uma fábrica numa cidade para chamar de sua, mesmo que seja Suzano!
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Sexta feira 13, é massa!
Fui nesse calorão de primavera madura tropical para Campinas, Unicamp, Mein Kampf, Inova e Laboratório de Plasma Industrial do Professor Aruy... Sol, Bandeirantes na cabeça, "quem vai pagar as contas desse amor pagão?"? André e suas idiossincrasias, sei que vamos amalgamando algo que vai se solidificando aos poucos, ainda sem ossos, mais se calcifica um dia depois do outro...
Que pelo menos seja até o fim, não tou deixando gota de líquido sem sorver, migalha de sólido sem comer, tou vivo, vivo, vício de viver!
Em casa no Shabat: beber cerva e pinga, assei minha maminha, com alhos, fritei tofu e queijo minas, escutei Paralamas e vi que só os bobos não veem que a vida é estranhamente bela, mas "ninguém quer a morte, só saúde e sorte", tou na fita, tou no páreo, trifeta na testa, na sinagoga, no cabeção!
E Gogle Earth da Zona Leste e Suzano na cabeça e que mais posso dizer!
Eu quero mais!
Que pelo menos seja até o fim, não tou deixando gota de líquido sem sorver, migalha de sólido sem comer, tou vivo, vivo, vício de viver!
Em casa no Shabat: beber cerva e pinga, assei minha maminha, com alhos, fritei tofu e queijo minas, escutei Paralamas e vi que só os bobos não veem que a vida é estranhamente bela, mas "ninguém quer a morte, só saúde e sorte", tou na fita, tou no páreo, trifeta na testa, na sinagoga, no cabeção!
E Gogle Earth da Zona Leste e Suzano na cabeça e que mais posso dizer!
Eu quero mais!
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Produtividade baixa
Se o blog está mais esporádico do que nunca é porque acordar cedo, pegar o carro, rodar até Suzano, passar o dia todo enfurnado na fábrica, de vez em quando ir para Alagoas, fazer outras viagens por aí, tudo isso consome um bom tempo.
Se escrevo pouco, trabalho "na firma" bastante...
A vida é assim: temos filhos para criar, temos a mulher para olhar, temos o emprego, o bairro, que falta me faz a yoga, temos o trânsito e o eterno cansaço da falta de verde, de árvores e de rio.
Mas, estranhamente, depois de ter demorado tanto para aqui chegar, não me convidem para mudar de São Paulo!
Caipira converso a metropolitano, somos os mais fanáticos!
Se escrevo pouco, trabalho "na firma" bastante...
A vida é assim: temos filhos para criar, temos a mulher para olhar, temos o emprego, o bairro, que falta me faz a yoga, temos o trânsito e o eterno cansaço da falta de verde, de árvores e de rio.
Mas, estranhamente, depois de ter demorado tanto para aqui chegar, não me convidem para mudar de São Paulo!
Caipira converso a metropolitano, somos os mais fanáticos!
Paris
Fui ver o melancólico filme, de Cédric Klapisch, sobre essa cidade e alguns de seus atores emblemáticos (Roman Duris, Juliette Binoche, Fabrice Luchini e Malanie Laurent). Histórias desconexas que se cruzam, costuradas pelo amor dos que fazem o filme pela cidade.
Eu também amo Paris. Posso me dizer um conhecedor da cidade, talvez tenha ido lá uma dez vezes, sempre meio corrido, só algumas vezes com bastante tempo livre para flanar como eu queria.
É bom saber que a cidade eterna continua lá. Algo me diz que ainda ponho os pés lá outras vezes nessa vida. Sem planos e sem frustrações!
Eu daqui dessa São Paulo olho a cidadania do povo parisiense com uma inveja boa!
Eu também amo Paris. Posso me dizer um conhecedor da cidade, talvez tenha ido lá uma dez vezes, sempre meio corrido, só algumas vezes com bastante tempo livre para flanar como eu queria.
É bom saber que a cidade eterna continua lá. Algo me diz que ainda ponho os pés lá outras vezes nessa vida. Sem planos e sem frustrações!
Eu daqui dessa São Paulo olho a cidadania do povo parisiense com uma inveja boa!
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